O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, passou a ser reconhecido como feriado nacional em 2023, reforçando seu papel como um marco para a reflexão sobre a desigualdade racial no Brasil. Anteriormente limitado a seis estados e cerca de 1,2 mil municípios, o reconhecimento nacional amplia o alcance da data e fortalece a valorização da cultura afro-brasileira.
A mudança foi oficializada pela Lei 14.759, sancionada pelo presidente Lula em dezembro do ano passado. A data homenageia Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da resistência negra contra a escravidão. Mais do que um dia no calendário, o feriado convida à reflexão sobre o racismo estrutural e destaca a importância de iniciativas que promovam igualdade racial.
Para Edson Violim, professor de História do CEUB, o reconhecimento institucional é um passo significativo. “É um momento de reforçar a luta contra o racismo, celebrar nossa história e construir um futuro mais inclusivo”, afirma. Ele destaca que o racismo, muitas vezes negado, está enraizado na sociedade brasileira, tornando indispensáveis ações educativas e políticas públicas.
O feriado também abre espaço para maior inclusão de temas raciais nos currículos escolares, promovendo o debate sobre o impacto das contribuições africanas na formação da sociedade. Além disso, cria uma base oficial para programas voltados à representatividade e à proteção de religiões de matriz africana, frequentemente alvo de intolerância.
O Dia da Consciência Negra, agora feriado nacional, reafirma a necessidade de combater o racismo em todas as esferas e valorizar a diversidade como parte essencial da identidade brasileira.
Fonte: Terra
Imagem: Foto de Juca Martins/Olhar Imagem. “Manifestação durante a reunião da SBPC, Salvador, BA, 1981”. Arquivo Edgard Leurenroth/Unicamp.