Em meio às expectativas de retomada do crescimento econômico do Nordeste, uma liderança política levanta um contundente alerta sobre a urgência de concluir a obra da Transnordestina e implantar a plataforma multimodal no Agreste pernambucano. Em entrevista ao podcast Perspectiva, uma voz experiente da cena pública defende que Pernambuco precisa reagir com protagonismo para não perder novas oportunidades de desenvolvimento.
Em conversa com Paulo Peixinho no Programa Perspectiva, o ex -prefeito de Bonito, agreste de Pernambuco, por dois mandatos, e hoje, consultor da Comag Sul, Laércio Queiroz reforça a importância estratégica da plataforma que será instalada entre os municípios de Altinho e Agrestina.
Segundo o entrevistado, o impacto imediato da obra será sentido num raio de 100 km, com potencial de expansão para até 500 km. “É um investimento que motivará um desenvolvimento extraordinário, não só regional, mas interestadual. Cidades como Caruaru, Garanhuns, Gravatá e Palmares serão diretamente beneficiadas”, afirmou.
O projeto está vinculado à Ferrovia Transnordestina, que interliga o interior do Nordeste aos portos de Suape (PE) e Pecém (CE). No entanto, o trecho entre Salgueiro e Suape, fundamental para garantir a competitividade logística de Pernambuco, segue inacabado. “O eixo foi retirado no governo Bolsonaro, o que prejudicou diretamente Pernambuco em favor do Ceará. Nada contra o Ceará, eles se articularam bem. Mas faltou reação política aqui”, lamentou.
O líder também destacou o papel decisivo que o Governo do Estado deve assumir. “É o governo que pode reunir a bancada federal, peitar o governo federal e mobilizar os senadores. Não adianta esperar. Pernambuco precisa se entender como parte de um projeto nacional de desenvolvimento.”
Além da movimentação de cargas, a ferrovia é vista como ferramenta de transformação social. “Essa plataforma vai mudar a realidade de municípios como Bonito, com vocação turística, e São Bento do Una, referência na avicultura. A redução de custos logísticos vai atrair investimentos, gerar empregos e estimular exportações.”
A preocupação também recai sobre a morosidade na liberação de recursos. “O governo Lula reacendeu a esperança ao incluir a Transnordestina no novo PAC, mas os valores ainda são insuficientes. Até dezembro de 2026, é essencial garantir o orçamento necessário. Se não, corremos o risco de perder o momento”, alertou, sugerindo uma grande mobilização política e popular.
O papel da comunicação também foi lembrado como essencial nessa luta. “É preciso que rádios, TVs, jornais, podcasts e mídias digitais levantem essa bandeira. Pernambuco não pode ficar sentado esperando. O leão da nossa logomarca precisa se levantar.”
O discurso emocionado ganha força com a analogia esportiva: “É uma corrida de revezamento. Mas aqui ninguém solta o bastão. Todo mundo corre junto até a reta final. O desenvolvimento não será obra de um só. Será conquista coletiva.”
A entrevista termina com um apelo ao engajamento da sociedade civil, prefeitos, vereadores e representantes institucionais. “Não é apenas uma obra. É um novo tempo que precisa ser construído com responsabilidade, visão de futuro e coragem. A plataforma multimodal e a Transnordestina são pilares desse futuro. E Pernambuco não pode mais esperar.”