A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentou em consulta pública, até abril, uma proposta para a criação de um plano de saúde acessível, com mensalidades de até R$ 100. O modelo prevê a oferta de consultas eletivas e exames, mas não inclui atendimentos de urgência, internações ou terapias, permitindo aos usuários dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS) em casos emergenciais.
A iniciativa será testada por dois anos em um regime experimental e busca ampliar o acesso da população aos planos de saúde. Segundo a ANS, o objetivo é oferecer uma alternativa segura e regulamentada para pessoas que hoje recorrem a clínicas populares ou cartões de desconto, que não possuem fiscalização.
Funcionamento e precisão
A precificação do novo plano ainda será definida, mas a ANS considerará um valor inferior aos planos atuais exclusivamente ambulatoriais, que custa, em média, R$ 360. O projeto será batido em audiência pública no dia 25 de fevereiro e está disponível para contribuições na Consulta Pública 151, até 4 de abril.
As operadoras que aderirem ao modelo deverão criar um plano coletivo de adesão, podendo adotar coparticipação de até 30%. Além disso, será necessário oferecer bônus aos beneficiários que permanecerem no plano após o período experimental.
Cobertura e impacto no SUS
O plano abrangerá consultas eletivas com especialidades consideradas pelo Conselho Federal de Medicina e exames previstos no Rol de Procedimentos da ANS. No entanto, não cobrirá internações ou atendimentos de urgência, que continuarão sendo realizados pelo SUS ou de forma particular.
A ANS argumenta que a proposta pode ajudar a desafogar a rede pública, permitindo que os pacientes cheguem ao SUS com exames e diagnósticos já realizados, acelerando o atendimento. Segundo estimativas, entre 8 e 10 milhões de brasileiros podem ser beneficiados pelo novo modelo.
Após o período de testes, a ANS avaliará os resultados para decidir se o plano será suspenso ou descontinuado.
Fonte CNN