Sophie sofreu por 12 anos com menstruações dolorosas, depressão e fadiga antes de ser diagnosticada com síndrome do ovário policístico (SOP), condição hormonal que afeta 8 a 13% das mulheres. Com dificuldades em obter orientação médica, ela recorreu à influenciadora Kourtney Simmang, que prometia tratar a “causa raiz” da SOP por R$ 22,3 mil. Após quase um ano sem resultados, Sophie desistiu, sentindo-se ainda pior.
Esse cenário não é isolado. Influenciadoras sem qualificação médica lucram ao oferecer curas falsas para SOP, explorando a ausência de tratamentos definitivos. Análise da BBC revelou que metade dos vídeos mais assistidos com a hashtag “SOP” em redes sociais continha desinformação, incluindo alegações de que suplementos ou dietas restritivas podem curar a condição.
Especialistas alertam que essas práticas não têm embasamento científico. “Sempre que há uma lacuna na medicina, os predadores se aproveitam”, afirma a ginecologista Jen Gunter. Dietas como a cetogênica podem agravar os sintomas, e pílulas anticoncepcionais, ao contrário do que é alegado, ajudam muitas mulheres.
Casos de mulheres como Manisha, da Índia, ilustram os danos causados por esses tratamentos. Após tentar dietas extremas e suplementos, ela desenvolveu diabetes tipo 2, que poderia ter sido evitada com o medicamento correto.
A desinformação retarda diagnósticos e agrava o estigma. Especialistas recomendam buscar médicos capacitados para um tratamento eficaz e baseado em evidências, essencial para melhorar a qualidade de vida das pacientes.
Fonte: BBC Brasil
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