A Argentina retirou sua delegação da COP29, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em Baku, no Azerbaijão, numa decisão inédita e marcada pela postura cética do presidente Javier Milei em relação às mudanças climáticas. Desde que assumiu o cargo, Milei tem adotado uma agenda de austeridade, reduzindo ministérios, cortando subsídios e diminuindo empregos estatais, o que reflete também na retirada de apoio a eventos internacionais. Historicamente, a Argentina tem sido uma voz ativa em conferências climáticas, mas a ausência na COP29 representa um rompimento com a política ambientalista anterior. Oscar Soria, diretor da Iniciativa Comum, expressou surpresa, apontando o impacto dessa saída na diplomacia do país.
Em Baku, a delegação argentina estava focada em treinamentos técnicos antes de sua retirada. Representantes do Azerbaijão e outros líderes latino-americanos, como a ministra chilena Maisa Rojas, evitaram comentar diretamente a decisão, mas Rojas destacou a importância de políticas climáticas para todos os países. Com a ausência da Argentina, surgem dúvidas sobre sua participação em compromissos futuros, incluindo o relatório bienal de transparência e a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) no âmbito do Acordo de Paris. A COP29 busca acordos para ampliação dos fundos destinados à mitigação climática, embora as negociações enfrentem desafios.
Fonte: G1
Imagem: Foto de Matias Baglietto/Reuters