O que era para ser um alívio com a recuperação da própria motocicleta após um roubo, se transformou em mais um pesadelo para um filmaker de Petrolina. Dias após localizar a moto com a ajuda de câmeras de segurança e conseguir recuperar o bem com muito esforço e indignação, o proprietário foi surpreendido com uma multa aplicada .
O detalhe revoltante é que a infração foi registrada justamente enquanto a moto estava nas mãos dos criminosos, mais de uma hora da madrugada. Não houve nenhuma abordagem. Nenhuma verificação. Mesmo com os suspeitos pilotando de forma irregular, sem capacete, em atitude suspeita e com evidentes sinais de serem usuários de drogas, a autuação foi aplicada de forma automática, apenas com base no registro da placa.
“Além de ter sido vítima de um crime, agora ainda sou penalizado por algo que eu não cometi. A moto estava sendo conduzida por ladrões e a fiscalização sequer abordou os responsáveis. Se tivessem feito uma abordagem mínima, teriam flagrado o crime e, quem sabe, os responsáveis estariam presos”, desabafa a vítima.
Para o proprietário, a falta de ação imediata contribuiu para a impunidade. “Os suspeitos sequer passaram por uma audiência de custódia. Foram liberados mesmo após as provas, as imagens e a recuperação da moto. E eu ainda tenho que recorrer para tentar cancelar uma multa que nunca deveria ter existido”, completa.
A vítima já entrou com recurso administrativo para contestar a multa, mas o sentimento de revolta permanece. O episódio expõe não apenas a insegurança nas ruas, mas também a fragilidade de um sistema que, em vez de proteger o cidadão, acaba por finalizá-lo duas vezes: pelo crime e pela omissão no processo de fiscalização.