A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina, na região de Foz do Iguaçú, no Paraná, informa a TV Globo. Zambelli fugiu 20 dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos e 8 meses de prisão pela invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Após atravessar a fronteira, a deputada seguiu rumo à Buenos Aires, capital da Argentina, de onde pegou um voo até a Europa, onde disse estar nesta terça-feira (3). Ela anunciou que pedirá licença do mandato.
Em agosto de 2023, Zambelli chegou a ter o passaporte apreendido por determinação do ministro Alexandre de Moraes no âmbito das investigações da invasão do sistema do CNJ. O documento foi devolvido e ela não teria restrições para sair do país. No entanto, a fuga pode resultar em novas medida, como a nova retenção do passaporte, um pedido de prisão preventiva e a inclusão do nome da deputada na lista de procurados da Interpol.
Zambelli foi condenada pelo STF pela invasão aos sistemas do CNJ, decisão que pode resultar na perda de seu mandato de deputada e a tornar inelegível por oito anos. A inelegibilidade entra em vigor com a publicação da decisão de condenação, independentemente de o trânsito em julgado (quando não há mais possibilidade de recurso) ter ocorrido.
Esse período de inelegibilidade começará a contar apenas após o cumprimento da pena, o que deve afastar Zambelli da vida pública por pelo menos 18 anos.Apesar da condenação, a deputada ainda pode apresentar embargos de declaração para contestar a decisão, mas os recursos não impedem a execução da pena, que deve ser iniciada após a rejeição dos segundos embargos, caso haja essa decisão.