Pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha rompeu a tradição de apoio incondicional a Israel e ameaçou adotar medidas concretas diante do massacre perpetrado pelas forças israelenses na Faixa de Gaza. Em entrevista à emissora pública WDR, o ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, afirmou que Berlim “não exportará armas que sejam usadas para violar o direito humanitário internacional”, numa crítica direta à brutal ofensiva liderada pelo presidente de Israel, Benjamin Netanyahu. A reportagem é da Reuters.
“O combate ao antissemitismo e o compromisso com o direito de existência e segurança do Estado de Israel não podem ser instrumentalizados para justificar o conflito e a guerra em curso na Faixa de Gaza”, declarou Wadephul. Ele classificou a situação no território palestino como “insuportável”, diante dos bombardeios massivos, da fome crescente e da escassez generalizada de medicamentos e alimentos. “Estamos agora em um ponto em que temos que pensar com muito cuidado sobre quais passos daremos a seguir.”
O chanceler Friedrich Merz, que até recentemente mantinha uma postura de alinhamento automático com o governo israelense, também endureceu o discurso. “Os ataques aéreos maciços dos israelenses na Faixa de Gaza já não me parecem mais ter qualquer lógica — não vejo como eles servem ao objetivo de combater o terror”, afirmou, em pronunciamento na cidade finlandesa de Turku.
As declarações marcam uma virada histórica no que se convencionou chamar de Staatsräson, a “razão de Estado” alemã de garantir o apoio à existência e segurança de Israel como reparação pelo Holocausto. No entanto, o que se vê hoje, segundo a crítica alemã, é a repetição de horrores que remetem à barbárie: mais de dois milhões de palestinos vivem sitiados em Gaza, sob constantes ataques aéreos que matam indiscriminadamente civis, crianças e profissionais de saúde, além de destruir hospitais, escolas e infraestruturas essenciais.
O chanceler Friedrich Merz, que até recentemente mantinha uma postura de alinhamento automático com o governo israelense, também endureceu o discurso. “Os ataques aéreos maciços dos israelenses na Faixa de Gaza já não me parecem mais ter qualquer lógica — não vejo como eles servem ao objetivo de combater o terror”, afirmou, em pronunciamento na cidade finlandesa de Turku.
As declarações marcam uma virada histórica no que se convencionou chamar de Staatsräson, a “razão de Estado” alemã de garantir o apoio à existência e segurança de Israel como reparação pelo Holocausto. No entanto, o que se vê hoje, segundo a crítica alemã, é a repetição de horrores que remetem à barbárie: mais de dois milhões de palestinos vivem sitiados em Gaza, sob constantes ataques aéreos que matam indiscriminadamente civis, crianças e profissionais de saúde, além de destruir hospitais, escolas e infraestruturas essenciais.
A declaração simboliza um divisor de águas: o apoio automático cede espaço à crítica diante do genocídio em curso, cada vez mais evidente aos olhos do mundo. E deixa claro que a responsabilidade histórica da Alemanha não pode servir de escudo para a impunidade de um regime que promove, hoje, um verdadeiro holocausto contra o povo palestino.