Os prefeitos dos municípios de Pernambuco têm um prazo de até 90 dias para regularizar os planos de trabalho das chamadas emendas impositivas — conhecidas popularmente como “emendas Pix” — e comprovar a correta aplicação dos recursos recebidos. A medida é resultado de uma ação conjunta dos Tribunais de Contas e do Supremo Tribunal Federal (STF), que buscam assegurar que os repasses federais sejam devidamente utilizados e não se percam em meio à burocracia.
Levantamento aponta que, entre 2020 e 2023, mais de 6.200 planos de trabalho deixaram de ser cadastrados, o que acende um sinal de alerta sobre as falhas no sistema de controle e fiscalização dos repasses. O volume de pendências também evidencia desafios persistentes no cumprimento das exigências legais e na garantia de transparência por parte dos gestores municipais.
A suspensão do envio de recursos vinculados às emendas sem a devida comprovação reforça a necessidade de critérios claros e de uma gestão pública mais eficiente. A iniciativa demonstra que o governo federal e os órgãos de controle começam a adotar medidas concretas para aumentar a fiscalização e assegurar que os recursos cheguem ao seu destino final.
A atuação coordenada dos Tribunais de Contas é considerada fundamental para evitar que a ausência de fiscalização adequada se torne uma prática recorrente. Especialistas destacam que o fortalecimento dos mecanismos de controle pode representar um avanço na relação de confiança entre a população e as instituições públicas. Sem esse acompanhamento, porém, o risco é de que as medidas anunciadas se limitem a mais uma iniciativa sem efeito prático.
Fonte Carlos Britto