Na manhã deste sábado (22), passageiros da Auto Viação Progresso vivem mais um capítulo do descaso que já virou rotina no interior de Pernambuco. Em Arcoverde, dezenas de pessoas estão há mais de uma hora e meia esperando a chegada de um motorista para dar continuidade a uma viagem interrompida. O motivo? Falta de condutor. Quando os ônibus não quebram na ida, quebram na volta. E, quando não há problemas mecânicos, é a ausência de funcionários que paralisa o trajeto.


Essa situação não é um caso isolado. Trata-se de um retrato recorrente de uma empresa que, há mais de 50 anos, mantém o monopólio das principais linhas rodoviárias entre o Sertão de Pernambuco e o Recife. A falta de concorrência e a aparente impunidade diante de tantos problemas transformaram a Progresso em sinônimo de frustração e transtornos para milhares de passageiros.
Reclamações Frequentes e Graves
As redes sociais e blogs locais são constantemente abastecidos com relatos de passageiros indignados com o serviço. Entre as principais denúncias, destacam-se:
• Atrasos e Quebras Mecânicas: Viagens interrompidas por falhas mecânicas são comuns. Em setembro de 2024, por exemplo, passageiros enfrentaram longos atrasos devido à quebra de um ônibus e à demora para que a empresa providenciasse solução.
• Ônibus em Condições Precárias: Ar-condicionado sem funcionar, poltronas quebradas e veículos visivelmente sem manutenção adequada são alvos constantes de críticas. Em um caso absurdo, um ônibus teve o pneu estourado e os próprios passageiros foram convocados a pagar pelo conserto.
• Descaso com os Usuários: Nos momentos de emergência ou atrasos, os passageiros relatam total ausência de suporte, informação ou respeito por parte da empresa. Muitos ficam sem saber se chegarão ao destino ou precisarão encontrar alternativas por conta própria.
Monopólio Opressor
A Auto Viação Progresso detém o controle das linhas intermunicipais no interior pernambucano há mais de meio século. Essa hegemonia é sustentada por contratos e falta de fiscalização, o que impede que outras empresas ofereçam alternativas mais seguras e eficientes. Enquanto isso, os usuários são obrigados a pagar caro por um serviço precário, sem ter a quem recorrer.
A ausência de concorrência desestimula melhorias e mantém a empresa confortável, mesmo diante das inúmeras reclamações. Sem fiscalização rigorosa e sem concorrência, o passageiro é quem paga — caro e com sofrimento — por esse modelo ultrapassado.
A Urgência da Intervenção
A situação clama por ações imediatas. É indispensável que órgãos como a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Governo do Estado revejam a concessão da Progresso, abram espaço para concorrência e exijam melhorias nos serviços prestados. A população do interior não pode mais ser refém de um transporte público deficiente e desrespeitoso.
Conclusão
O caso de Arcoverde é mais um entre tantos que demonstram o colapso da Viação Progresso. O monopólio, somado à falta de fiscalização e investimento, transformou o transporte intermunicipal em um pesadelo para quem depende dele. É hora de dar um basta. A população merece respeito, segurança e alternativas reais para se deslocar pelo estado.
Fonte: Rede Você