Na madrugada de domingo (2), as ladeiras da Cidade Alta, em Olinda, se transformaram em um verdadeiro palco de emoções com o aguardado desfile do Homem da Meia-Noite . Em sua 93ª edição, a tradicional calunga arrastou uma multidão de fólios que seguiram o gigante ao som de frevos e marchinhas, mantendo viva uma das mais emblemáticas manifestações culturais do Carnaval pernambucano.
Este ano, o desfile teve um sabor especial: o compositor Getúlio Cavalcanti foi a grande homenageado da noite. Autor de clássicos como “Último Regresso” , o mestre dos frevos-de-bloco recebeu reverências que emocionaram o público presente. Além dele, a homenagem se estende aos blocos líricos que fazem parte da essência do Carnaval pernambucano. Entre os reverenciados, serviram o Coral Edgar Moraes — formado por familiares do compositor, como sua filha e sobrinhas —, além do Bloco da Saudade , Bloco das Flores , Bloco Carnavalesco Misto Batutas de São José (o mais antigo em atividade do Recife) e o Bloco Flor da Lira .
Uma roupa à altura da tradição
O fraque do calunga, um espetáculo à parte, também chamou a atenção. Confeccionada por Cid Cavalcanti , do bloco O Bonde , e Josué Francisco , do Cordas e Retalhos , a vestimenta no estilo casaca esbanjava requinte com bordados em renda francesa. O planejamento começou em maio de 2024, evidenciando o cuidado com cada detalhe para manter a imponência do gigante.
Os foliões, emocionados, cantaram juntos com as orquestras de frevo que acompanhavam o cortejo. A cada esquina, aplausos, lágrimas e sorrisos se misturavam, comprovando que o Homem da Meia-Noite não apenas abre oficialmente o Carnaval de Olinda, mas também os corações de quem participa.
A celebração, marcada pela tradição e pela resistência da cultura popular, mais uma vez mostrada que o Carnaval de Pernambuco vai muito além da festa: é uma verdadeira homenagem à memória e ao legado dos seus ícones. E, para os foliões, a expectativa já fica para o que o gigante crescerá em 2026.