O icônico Edifício Holiday, construído em 1956 e desocupado desde 2019, foi arrematado por R$ 21.538.616,05 em leilão realizado nesta terça-feira (20). O leilão aconteceu de forma totalmente online por meio da plataforma Lance Certo Leilões, sob a condução do leiloeiro oficial Luciano Resende Rodrigues. O único lance foi registrado às 11h20, por um comprador da Paraíba, superando o valor mínimo da segunda chamada em R$ 100 mil.
O imóvel, localizado no Recife, tornou-se um marco urbanístico do Estado, mas sua estrutura sofreu manipulação ao longo dos anos. Em 2019, foi condenado por risco de desabamento e ligações elétricas clandestinas, obrigando cerca de três mil moradores a deixarem seus lares. Desde então, o destino do prédio era incerto.
Destino do valor arrecadado
Conforme o Edital de Leilão e Intimação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), os recursos obtidos com a venda do edifício serão utilizados prioritariamente para o pagamento de dívidas trabalhistas, tributos, subsídios com concessionárias de serviços públicos, além de reembolsar a administração judicial do Recife e cobrir despesas periciais. Somente após essas quitações, o saldo restante será repassado aos ex-moradores que comprovarem a posse dos apartamentos.
Incertezas para os antigos moradores
Os ex-residentes do Holiday ainda têm dúvidas sobre a distribuição do valor arrecadado. Entre os questionamentos, está a forma de divisão do montante: se será feito de maneira igualitária ou conforme o valor de mercado de cada unidade. O edifício contava com 476 apartamentos – sendo 442 do tipo studio e 34 com dois quartos –, além de 17 lojas comerciais.
Outro ponto que gerou questionamento foi a redução do valor mínimo do lance inicial, que caiu de R$ 35 milhões para R$ 21 milhões entre as chamadas do leilão. O TJPE esclareceu, em nota, que essa prática está prevista no Código de Processo Civil e visa atrair compradores na segunda fase do certo.
Agora, os antigos moradores aguardam a definição sobre como será feita a distribuição dos valores restantes, mantendo a esperança de que a venda do imóvel represente um desfecho justo para a longa espera.
Fonte : Folha de Pernambuco