O alto preço dos alimentos deve continuar impactando a economia brasileira em 2025, e as medidas tomadas para conter o avanço não trarão efeitos imediatos, dificultando ganhos políticos para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A avaliação é de André Braz, especialista em inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo Braz, a inflação de alimentos acumulada desde 2020 já chega a 55%, superando a inflação geral de 35% no mesmo período. Em 2024, itens como café (39,6%), óleo de soja (29,2%) e carne (20,8%) puxaram a alta, um dos fatores que se desenvolveram para a queda da popularidade de Lula.
Entre as soluções discutidas pelo governo, estão a redução de juros para produções rurais, controle de tarifas de importação e mudanças nos vales-alimentação e refeição. No entanto, Braz alerta que apenas medidas estruturais terão impacto duradouro, como investimentos em transporte mais barato, armazenamento de grãos e incentivo ao pequeno produtor.
A inflação alimentar também foi impulsionada por fatores externos, como câmbio desvalorizado, demanda aquecida e eventos climáticos extremos. Para 2025, a expectativa é de uma alta menor, entre 5% e 6%, mas sem recuo nos preços. O economista defende que o governo deve alinhar política fiscal e monetária para evitar pressões inflacionárias no futuro.
Fonte: BBC