O café, item essencial na mesa dos brasileiros, segue em alta e pode ficar ainda mais caro nos próximos meses. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) prevê um aumento de até 25% nos supermercados, intensificando o impacto no orçamento das famílias. Em 2024, a bebida já havia registrado uma valorização de 37,4%, tornando-se o produto mais caro da cesta básica.
Causas da alta dos nossos preços
A combinação de fatores climáticos, logísticos e econômicos tem reduzidos os custos de produção. A seca e as temperaturas elevadas reduziram a produtividade dos cafés em 2024, limitando a oferta do grão. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar incentivou as exportações, diminuindo a disponibilidade do produto no mercado interno e elevando os preços ao consumidor.
O aumento do custo logístico, impulsionado por conflitos no Oriente Médio e instabilidade no comércio global, também encareceu o transporte, dificultando a distribuição do café no Brasil. O crescimento da demanda internacional, especialmente da China, que se tornou o sexto maior importador do grão, agrava ainda mais o cenário.
Impacto no consumo e na economia
Com a subida dos preços, os consumidores passaram a adotar novos hábitos para economizar. Dados indicam que, apesar do crescimento de 1,1% no volume comercializado, o consumo per capita caiu 2,22% em 2024, evidenciando um comportamento mais cauteloso.
O café representa um dos pilares do agronegócio brasileiro. Em 2024, o setor faturou R$ 36,82 bilhões, com crescimento de 60,85% em relação ao ano anterior. Apesar do impacto positivo para produtores e exportadores, a valorização do grão gera desafios para o mercado interno, comprometendo o poder de compra da população.
Perspectivas para 2025
Especialistas apontam que a estabilização dos preços pode ocorrer no segundo semestre de 2025, dependendo das condições climáticas e da oferta do grão. A safra de 2025 está estimada em 51,8 milhões de sacas, um aumento de 4,4% em relação ao ano anterior.