No dia 15 de novembro de 1889, o Brasil deixou de ser uma monarquia para se tornar uma república. A Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca, foi resultado de um golpe militar que encerrou o reinado de Dom Pedro II após 49 anos. Apesar de marcante, o evento não contou com ampla participação popular e foi conduzido pelas elites e pelas forças armadas.
Pesquisadores afirmam que a transição para a República foi motivada por diversos fatores. A insatisfação do Exército, que se sentia desprestigiado, o fim da escravidão sem compensação aos fazendeiros e as críticas crescentes à monarquia por intelectuais urbanos minaram a base de apoio do Império. Assim, em um cenário de tensões, a proclamação foi realizada de forma rápida e unilateral.
No dia do golpe, tropas cercaram o Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro, e exigiram a demissão do gabinete do Visconde de Ouro Preto. Horas depois, foi instalado um governo provisório, e a família imperial partiu para o exílio na Europa.
Embora tenha trazido mudanças, como a organização federativa e a substituição do imperador por um presidente eleito, a República pouco alterou as profundas desigualdades sociais da época. Segundo Alessandro Costa, cientista político, “o impacto para as classes populares foi quase nulo, pois a transição foi liderada pelas elites sem consulta à população”.
A Proclamação da República é considerada um marco histórico, mas também um reflexo das pressões e disputas internas entre os grupos dominantes do Brasil do século XIX.
Fonte: G1 DF
Imagem: Foto de Benedito Calixto